* Beleza pura! *

Está fazendo muito frio nessa cidade por esses dias... Não sou acostumada a descer na hora do meu almoço na rua, pelo menos não agora. Antes descia todos os dias pra respirar o “ar fresco” do centro da cidade de SP. Ai, que dilicia de ar! Mas hoje resolvi descer pra tomar um solzinho de leve pra ver se esquentava um pouquinho ou se pelo menos a poluição que pega na gente e a crosta que ela forma poderia virar um casaco e assim minha tarde seria um pouco mais agradável. Minha sala não tem ar condicionado então dentro dela é quentinho. Mas a figura aqui é friorenta por demais, então trabalho com a mão gelada. Isso sem contar as idas ao banheiro onde não se sabe o que dói mais: se é a bunda no tampo gelado da privada ou se é a água de freezer pra lavar a mão. Oras, isto não importa! O que importa é que desci hoje não somente pra tomar aquele solzinho de leve, mas sim pra comprar a bolacha BONO de chocolate. Estava com tanta vontade de comer que só de imaginar aquela delicia derretendo na minha boca eu ia à loucura. Quando descemos, elas insistiram para irmos ao banco primeiro e depois passávamos na doceria. Meu pé já tava todo fodido mesmo que uns passos a mais, outros a menos não iriam fazer taaaanta diferença...... Já estão quase amputados devido aos sapatos confortáveis que inventaram para as mulheres! Quando estávamos voltando do banco e indo em direção a doceria para comprar a tal da bolacha, um individuo que cruzava o meu caminho ousa dizer olhando pra mim: “Eu era apaixonado por ela, mas aí ela engordou....”. Na hora me deu depressão misturada com raiva e arrependimento. Agora até acho engraçado. Primeiro que nunca vi aquele ser mais gordo, portanto a minha preocupação nunca foi agradar a ele e segundo porque me vem a questão da beleza na cabeça. Depois do almoço, uma das meninas me mandou uma mensagem de conforto dizendo que não era para ligar (claro que na hora fiquei mega encanada) porque ele não conhecia o que havia de mais bonito em mim que era a pessoa maravilhosa que sou. Essas são palavras dela, entre outras. Ela não é minha amiga de infância, nem de balada, nem tem interesse algum em manter amizade minha, mas as palavras foram tão doces quanto as bolachas e me aqueceram nesta tarde fria de SP. Muitas são as pessoas que passam pela sua vida, mas poucas são as que fazem diferença ou deixam certo brilho inesquecível. Mal sabe ela o bem que me fez, mesmo eu sabendo que estou à cima do peso. E o tal individuo nem precisava me avisar. IDIOTA! Se bem que o idiota me ajudou a enxergar uma pessoa com outros olhos.

Tudo SEMPRE com chocolate!